sábado, 4 de junho de 2016

Dicas de hj #Livro Ta Todo mundo mal

tatodomundomal
Ler o livro da Jout Jout é igual assisti-la em seus vídeos noYoutube, a gente se sente em uma conversa de bar onde ela conta, tranquilamente, suas neuras mais profundas e rimos porque é exatamente assim que nos sentimos.

A youtuber de apenas 25 anos acaba de lançar seu primeiro livro, “Tá Todo mundo Mal” e , como não poderia deixar de ser diferente, é sobre ela, assim como a maioria dos livros de youtubers famosos que vêm sendo lançados a quilos no mercado editorial. O diferencial, ao meu ver, é que Jout Jout optou por não escrever exatamente sua biografia – o que achei ótimo, e o mais legal: foi ela mesma quem escreveu, nada de ghots writes aqui, amiguinhos.

As crônicas de Júlia são sobre a vida simplesmente, com exceção de que ela optou por selecionar assuntos que remetam à crise. Ou seja, basicamente o que ela já fala nos seus vídeos. Isso pode ser um problema, já que se o leitor for da “família Jour Jout” (pessoas que assistem todos os vídeos religiosamente e adoram ela), assim como eu, vai ler sobre várias coisas que ela já falou, por exemplo : a crise da sua falta de queixo, a crise de quando terminou a faculdade de Jornalismo e não sabia mais o que fazer da vida, a crise de quando deixou seu namorado Caio ler seus textos pela primeira vez, etc…
O que constatei assim que li a 1ª crônica do livro, “A crise da puberdade injusta”, foi o que muitos dos fãs de Jout Jout também pensaram (e falaram em voz alta na fila da noite de autógrafos que ela deu aqui em São Paulo): não é nada demais. Sim, não é nada demais assim como qualquer livro de cronistas contemporâneos famosos, como a Martha Medeiros, que fala sobre a vida apenas. Levando em conta de que crônicas devem ser um papinho no bar sobre qualquer assunto,  “Tá Todo mundo Mal” não foge dos padrões esperados.
Jout Jout fofíssima autografando o livro e eu trêmula
Jout Jout fofíssima autografando o livro e eu trêmula
Minha amiga disse que Jout Jout fala sobre coisas que todo mundo pensa e discute, e sua escrita é normal (leve, gostosa de ler, mas nada para ser invejado). Então por que esse auê todo em cima desse livro? Bom, além de ser dela – uma youtuber famosa- Jout Jout faz em seu livro a mesma coisa que faz em seus vídeos: fala sobre essas coisas para quem quiser ouvir. Eis o diferencial. Todo mundo sente e todo mundo pensa as mesmas coisas que ela, mas Jout Jout faz e fala sobre, deixa isso aparecer para o mundo inteiro e, talvez, seja isso o que faz dela a voz de uma geração. Uma geração perdida profissionalmente, cheia de traumas infantis escondidos, frequentadora de terapia, que tem medo de críticas e tenta desesperadamente não se sentir culpada por não conseguir se adaptar a um emprego convencional.

O grande diferencial aqui é que, ao contrário de Martha Medeiros ou Tati Bernardi, Jout Jout fala para uma outra geração, uma geração mais nova que precisa mais do que tudo saber que vai ficar tudo bem e que, sim, tá mesmo todo mundo mal.

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