- Querido, realmente não vejo razão para proibi-la de convidar o rapaz. Você sabe muito bem que o que é proibido tem muito mais atrativos.
- Marta, acho melhor cortar o mal pela raiz.
- Mas Claudio, você quer que ela fique infeliz no dia de seu aniversário?
- Eu não acho conveniente e pronto.
Marta sentou-se e começou a servir o almoço.
- Quando nos conhecemos, você tinha vinte anos, e eu, quinze.
- Eu sei. Mas foi diferente. Eu já tinha um emprego, fazia faculdade, era mais maduro. Ela sö tem treze anos e esse garotão ainda nem terminou o vestibular. Nem sabe que rumo vai tomar na vida.
- Mas eles são apenas garotos, e provavelmente isso não vai dar em nada. Daqui a um tempo ela esquece esse menino, ainda é criança e não sabe o que quer.
- Mas Marta... nós sabemos o quanto nossa filha é diferente das outras meninas da idade dela. As revistas que lê, os gostos, as opiniões.... são maduras demais. Eu tenho medo de que tudo isso seja apenas um disfarce.
- Como assim?
- Ela finge essa maturidade toda para poder fazer coisas que sua idade não permite. Por exemplo, quando ela tinha doze anos, deixamos que viajasse para os Estados Unidos com as amigas, e ela ligava no meio da noite chorando de saudades.
- Ora, francamente! Elas não foram sozinhas, a mãe da Mariana estava junto. Acho que devíamos mostrar um pouco mais de confiança na nossa filha.
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