Na semana passada assisti a um programa na TV, cujo tema além de atual e interessante é bastante polêmico. Abordava a questão da sexualidade entre os adolescentes, mais precisamente quando chega aquele momento inevitável: Quando os pais têm que decidir se devem ou não deixar o (a) filho (a) trazer o(a) namorado(a) para dormir junto em casa. Diante dessa situação, há dois grupos de pais: Os que estão preparados e os que não estão. À primeira vista, recusar parece tentador, mas pode não ser a melhor estratégia
O sexo adolescente é fonte de conflito em muitas famílias. Muitos concordam e acham que têm razões suficientes para tal, outros não admitem em hipótese alguma. Alguns pais consideram o comportamento inadmissível e causador de constrangimento geral; outros encaram a situação com normalidade e, diante da violência urbana atual, até preferem que os filhos exerçam sua sexualidade na segurança do lar. Afinal,para estes,é bem mais simples aceitar o casal de adolescentes no quarto a ver os filhos voltando sozinhos de madrugada, depois das noitadas.
E o que fazer quando são pegos de surpresa? Muitos pais se assustam. Primeiro, porque descobrem, na prática, que eles não são mais crianças. Depois, porque começam a surgir mil pensamentos na cabeça sobre o que o jovem casal deve fazer a sós. Uma coisa é certa: Dificilmente não sentem ao menos uma pontada de incômodo, não só por questões morais, mas também pela perda da privacidade, ou simplesmente por ciúme. Antes de tudo, é preciso muita calma nesse momento. É essencial deixar claro para seu filho que ele pode contar com você para tirar dúvidas e dividir emoções.
como saber se está na hora certa? Na verdade, o adolescente está preparado para iniciar a vida afetiva quando tem consciência da relação afeto/comprometimento/respeito que deve existir no namoro. O namoro é uma etapa importante e necessária no desenvolvimento do ser humano. A possibilidade de dar e receber amor alimenta a autoestima, conduzindo os jovens ao equilíbrio emocional. Os jovens "mergulham de cabeça" nos relacionamentos, se apaixonam com muita intensidade e vivem como se no mundo só existisse a pessoa amada. São capazes de mudar seus planos, sua rotina e sua opinião em prol do bem estar do outro.
Sabemos que, nos dias atuais, os pais são mais abertos e receptivos para conversar sobre as questões que envolvem o sexo, o uso de preservativos, gravidez, drogas e outros assuntos importantes. No entanto, percebe-se que, mesmo na era da comunicação, ainda existe despreparo e resistência para um diálogo autêntico. Abrir a própria casa para o desabrochar da sexualidade dos filhos provoca uma reflexão sobre responsabilidade, educação e sobre as próprias experiências sexuais vividas.
Mas, até onde os vão os limites em um namoro entre adolescentes? Eu diria que não se trata apenas de permitir ou negar que os filhos façam sexo em casa, mas sim refletir sobre como a sexualidade é passada em casa e repassada para os filhos. Muitas famílias ainda mantêm uma visão conservadora e preferem não conversar sobre o início da vida sexual com os filhos. Os valores, inclusive com relação a sexo, são passados para os filhos no dia-a-dia e isso vai ser determinante para se estabelecer um consenso na relação entre eles. Esta fase é particularmente delicada, não só para os jovens como também para os pais, que vão necessitar de muita maturidade e muitas das vezes precisarão rever seus conceitos e preconceitos quanto à própria sexualidade.
Segundo especialistas: Estímulos externos e relação com pais podem ser determinantes para que os jovens iniciem vida sexual mais cedo.Dizer não pode dar forças para o sim, para fazer escondido, e pior, sob impulso e revolta. E o que fazer então?Conversar e liberar com limitações e regras parece ser bem coerente. É claro que as regras variam de família para família.
Nenhum comentário:
Postar um comentário