Ele passou suavemente os dedos entre os cabelos dela. Queria abraçá-la e dizer em seu ouvido tudo aquilo que estava dando nó em sua garganta, porém não queria acorda-la e correr o risco de aumentar a possível raiva que ela estava sentindo. Já fazia alguns dias que ela não falava direito com ele, o tratava friamente e chegava quase a ignorar sua existência. Ele não sabia bem o que havia feito de errado, tentava pensar e encontrar algum erro pelo caminho que trilhou, mas nada viu, porém tinha algo e como não conseguia descobrir resolveu remediar um problema que não sabia qual era.
Pegou seu celular e começou a digitar uma mensagem para ela, pois sabia que assim que ela acordasse a garota logo iria pegar o celular, e se conectar á internet para ver quais mensagens havia recebido enquanto dormia. Ele começou dizendo que sentia sua falta e que esse tipo de saudade era a pior porque eles estavam juntos e separados ao mesmo tempo. E pediu perdão pelo que fizera e que todo aquele silêncio o estava sufocando, pois se sentia muito sozinho e queria compartilhar com ela sua vida e não podia. Que naquele dia fazia um ano que estavam juntos e confessou o quanto ela o havia mudado. Ele era outro homem porque ela mostrou como ser alguém melhor e que por isso seria eternamente grato a ela.
Agora como sua melhor amiga e namorada, ele queria mais, a queria como aquela pessoa que levaria ao altar diante dos olhares de seus familiares e de Deus, que mostrasse para todos que seu sentimento era verdadeiro e mesmo que no fundo não se sentisse o suficiente para ela, não a deixaria nunca. E no final de toda aquela declaração de amor onde dizia o quanto a amava e como ela era importante para ele, deixou um pedido. Que ela fosse até a gaveta onde ele guardava as camisas e tirasse de lá uma caixinha branca envolta num laço vermelho, que dentro haveria um presente para ela.
Quando ela acordou fez exatamente como ele sabia que ela faria. Mal abriu os olhos e foi pegar o celular. Se deparou de imediato com a enorme mensagem que ele escrevera e antes mesmo de ler seus olhos se encheram de lágrimas. Ao terminar de ler, deu um pulo da cama e correu até a gaveta dita na mensagem e quando a abriu contemplou a caixinha. Ela a pegou e abriu, e mesmo vendo o que havia ali, ela se recusava a acreditar. Seria um sonho? Ela devia estar dormindo, mas tudo parecia real demais para isso. E logo depois dela o tratar tão mal e por coisa tão pequena, o deixar de lado e ser indiferente a sua presença debaixo daquele teto.
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